Valorização dos imóveis reduz diferenças entre ricos e pobres, diz BdP
Dinamismo do imobiliário está a valorizar ativos, reduzindo desigualdades na distribuição da riqueza, aponta regulador português.

“Sempre que o valor dos ativos aumenta significativamente, e de forma transversal aos vários tipos de famílias, a desigualdade da distribuição da riqueza reduz-se”. Quem o diz é o Banco de Portugal (BdP) no Boletim Económico de outubro, explicando que é precisamente isso que está a acontecer em 2022. O “dinamismo do mercado imobiliário” e o “elevado peso dos imóveis no total de ativos” é responsável, em grande medida, pelo aumento de 12,1% da riqueza líquida em termos nominais no país.
O estudo levado a cabo pelo regulador português procurou avaliar como é que as alterações de preços dos ativos afetariam a evolução da riqueza líquida (ou seja, a diferença entre o valor dos ativos e da dívida) dos diferentes grupos de famílias, entre junho de 2021 e junho de 2022. E concluiu que a riqueza líquida nominal aumentou 12,1%. Já considerando uma taxa de inflação de 8,8% em junho, o aumento da riqueza em termos reais foi menor, de 3,1%, revela o boletim publicado esta terça-feira, dia 18 de outubro.
Este aumento da riqueza líquida das famílias reflete a valorização dos dois componentes:
- Ativos valorizaram 10,9%: neste grupo entram os imóveis que valorizaram 15,3% entre junho de 2022 e o mesmo mês do ano anterior.
- Valor da dívida subiu 1,3%.
“O aumento significativo no valor dos ativos é comum a todos os grupos [de rendimento] considerados e traduz principalmente o dinamismo do mercado imobiliário e o elevado peso dos imóveis no total de ativos”, conclui o regulador liderado por Mário Centeno. Segundo os dados do Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF) de 2020, os imóveis representam 66,4% dos ativos totais das famílias e, em todos os grupos de rendimentos considerados, correspondem a mais de metade do valor dos ativos.

Como é que a valorização de imóveis reduz as desigualdades?
Em termos globais, o BdP conclui que “houve uma diminuição da desigualdade na distribuição do rendimento e da riqueza no primeiro semestre do ano”, uma vez que “sempre que o valor dos ativos aumenta significativamente, e de forma transversal aos vários tipos de famílias, a desigualdade da distribuição da riqueza reduz-se”.
No caso do rendimento, este resultado está ancorado no dinamismo do mercado de trabalho e nos maiores aumentos salariais das remunerações mais baixas. Já no caso da riqueza líquida, a diminuição da desigualdade reflete a conjugação de dois efeitos:
- Dinamismo do preço das casas: que resultou num “forte aumento do valor dos ativos nos vários segmentos da população”;
- Efeito alavancagem: as famílias com um maior peso da dívida face aos ativos — tipicamente as famílias jovens e as famílias com menor riqueza — são as que registam uma maior subida percentual da riqueza líquida, explica o regulador.
Ainda assim, nas classes extremas do rendimento disponíveis (por adulto equivalente) – isto é tanto os mais pobres como os mais ricos -, o crescimento da riqueza líquida é “ainda contido” pela menor valorização dos ativos, a qual decorre em grande parte do menor peso dos imóveis.
“Na classe mais elevada de rendimento, assim como na classe mais elevada da riqueza acomposição dos ativos é mais diversificada do que nas restantes. Em particular, os negócios, que tiveram uma valorização mais reduzida do que os imóveis, têm um peso superior nestas classes”, destaca ainda o regulador português.

Futuro da riqueza das famílias incerto
Embora a valorização de ativos imobiliários tenha ajudado a alavancar a riqueza das famílias no primeiro semestre de 2022, não significa que o mesmo venha a acontecer no futuro. Isto porque a economia portuguesa e mundial está a deparar-se com choques externos – que em alguns casos poderão mesmo “agravar-se” – , que estão a propagar-se pelas famílias de forma “desfasada”.
“O futuro próximo deverá ser caraterizado por uma inflação elevada, a continuação do processo de subida de taxas de juro, uma desaceleração da atividade económica, um menor dinamismo no mercado de trabalho, bem como pela adoção de medidas adicionais de apoio às famílias”, antecipa o BdP.
FONTE: idealista
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Luis Cura
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