Comprar ou vender casa: melhor agora ou esperar até 2023?

Luis Cura • 7 de outubro de 2022

Apesar da subida das taxas e possível quebra nos preços, especialistas acreditam que mercado imobiliário irá estabilizar.

O atual contexto económico, caracterizado pela alta inflação e subida das taxas de juro, está a influenciar vários setores, nomeadamente o imobiliário. E é por isso que tanto compradores como vendedores de imóveis se perguntam se este é ou não um bom momento para fazer negócio, ou se é preferível esperar até 2023. Eis o que pensam alguns especialistas.

Em geral, e na hora de comprar casa, a maioria dos consultores acredita que, apesar das circunstâncias atuais, este é um bom momento. Francisco Sierra, diretor geral da Casavo em Espanha e Portugal, afirma que, se analisarmos a correlação histórica entre a Euribor e as vendas, a subida das taxas de juro não tem grande impacto no número de transações.

“Acreditamos que 2022 continuará a ser um bom ano para comprar um imóvel, uma vez que as medidas promovidas pelo BCE para conter a inflação serão compensadas pelo aumento da atividade dos investidores privados e institucionais.” Especifica que, apesar de, como alguns relatórios apontam, 2023 ser um ano marcado por uma queda de 15% nas vendas, o mercado imobiliário irá estabilizará, "uma vez que o impacto do aumento da taxa terá impacto no curto prazo, melhorando as perspectivas para o futuro”.


Por seu lado, Jesús Duque, vice-presidente da Alfa Inmobiliaria, afirma que nos próximos seis meses a economia poderá arrefecer, fruto da Guerra na Ucrânia e de todos os acontecimentos que ela gerou na economia mundial, como a decisão do BCE de aumentar as taxas de juro – que devem continuar a subir nos próximos meses. Para o especialista, quem quer comprar deve avaliar com realismo se um futuro aumento do crédito habitação pode ter um impacto muito negativo na sua situação financeira. E avaliar qual das duas opções prefere: se comprar a um preço mais alto e juros mais baixos ou vice-versa.

Ernesto Ferrer-Bonsoms, diretor de Real Estate da Intrum Espanha e diretor de negócios da Solvia, explica que, no caso de querer comprar, o melhor momento é agora se necessitarmos de financiamento, já que as taxas de juro devem continuar a subir nos próximos meses. “O aumento das taxas de juros pelo Banco Central Europeu afetará grande parte dos empréstimos ao consumidor, incluindo muitas hipotecas. Além disso, devido à falta de oferta, os preços deverão continuar a crescer, embora de forma mais moderada do que nos últimos tempos."

Se eu quiser vender, é melhor agora ou depois?


Jesús Duque explica que nos próximos meses poderemos observar mais dificuldades no acesso ao crédito habitação, taxas mais elevadas e em alguns casos maiores dúvidas sobre o mercado de trabalho. "A minha opinião é que quem pode vender agora, e não pode ou não quer esperar um ano ou dois para vender, deve fazê-lo agora".

Ao analisar uma venda, desde Casavo, lembram que estamos num momento particularmente favorável para a venda de imóveis, pois os aumentos das taxas de juroimpulsionam moderadamente o número de operações de compra e venda, algo que eles acreditam que acontecerá no terceiro trimestre do ano.

Para 2023, a Casavo prevê uma melhoria da sustentabilidade do setor imobiliário, motivada pelas medidas atualmente promovidas para conter a inflação, cujos efeitos começaremos a observar a médio ou longo prazo. “É por isso que quando falamos sobre o melhor momento para vender uma casa, devemos destacar que estamos num momento particularmente favorável para isso, que se manterá ao longo de 2023 como resultado do atual contexto económico, que impulsiona as vendas diante do aumento do crédito, do combate à inflação e da segurança do imóvel como investimento”.


O que vai acontecer em 2023?


Na Alfa Inmobiliaria, o seu vice-presidente acredita que em 2023 provavelmente haverá melhores ofertas e preços mais baixos para comprar, mas também muitas famílias terão mais dificuldades em aceder a um crédito habitação, e os juros serão certamente mais elevados. "Esta queda de preço pode ser por um curto período de tempo”, refere.

Ele recomenda que, especialmente no caso daquelas pessoas que estão a pensar recorrer a um financiamento imobiliário com taxa fixa, é melhor comprar agora, embora provavelmente seja possível encontrar preços um pouco mais baixos em alguns meses.

Segundo análises da Casavo, a subida dos preços da habitação por influência da inflação será compensada pelas medidas promovidas pelas instituições europeias para combater esta conjuntura económica, dando origem a um cenário muito positivo a médio e longo prazo. “Tendo em conta os movimentos do mercado, prevemos que a subida das taxas de juro seja acompanhada por um ligeiro aumento das vendas, uma vez que a habitação passa a ser um “porto seguro” face à incerteza”, refere.

O especialista considera, ainda assim, que o desenvolvimento e o crescimento do número de operações de vendas serão acompanhados por uma redução da oferta no início de 2023. No entanto, consideram que são movimentos habituais do mercado que contribuem para melhorar a dinâmica que garante a sustentabilidade da indústria.

Fonte: Idealista



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